domingo, 19 de abril de 2015

A Oportunidade para Quem deseja Democracia Popular 
19/04/2015

A oposição articula usar as manifestações do 12 abril para atingir seu objetivo imediato que é o impeachment. Eles não estão preocupados com os trabalhadores e nem com o destino da nação. Isso no jargão político é chamado de oportunismo de classe. Aproveitam a atitude vacilante já esperada do governo para criar mais conflito.
Esse governo pode e deve mudar o rumo na condução de seu política econômica, mas não o faz porque conciliou demais com o capital e deixou de aprofundar a Democracia nos momentos propícios, ficando refém de uma parcela de representantes da burguesia que são seus aliados. Ficamos com isso, encurralados por um lado, na medida que não podemos apoiar um impeachment a qualquer preço e que poderá jogar no colo do PMDB, o poder total, que é mais pragmático ainda no atendimento dos interesses do capital, por outro lado,  não podemos manter esse governo que concilia com o capital, mas que pede ajuda na hora da crise aos trabalhadores para se manter no poder.
É bom lembrar, que essa democracia que tantos usam em momentos de crise e conflito esta controlada e submetida ao capital desde o fim da ditadura e que por isso é uma Democracia burguesa da ponta dos pés a cabeça. Ela é usada para dois tipos de discurso: uma para enganar o trabalhador e o povo de um modo geral pedindo a eles para sofrerem um pouco mais com as medidas adotadas com o arrocho, que logo a democracia definitiva chega  para atender a todos e sem luta; e aqueles que são sinceros no seu uso e até lutaram para o avanço da democracia mas que devem reconhecer que a democracia definitiva não existe no Capitalismo porque na luta capital x trabalho, o capital sempre consegue manter seus interesses prioritários de classe e deixando migalhas para o trabalhador, que o o principal produtor de mais-valia para o capital.
 Vocês não acham que todo o dinheiro das diversas corrupções não poderiam dar um jeito na saúde, educação, transporte,etc?. Isso sem falar nas estão ainda por aparecer. A par disso é possível desconfiar das contas desse governo.
Não tem como fazer uma análise fora do contexto do sistema capitalista. Apesar da burguesia em si, ser um classe pequena, ela faz uso das mais variadas formas e dos diversos representantes que ela tem nos poderes do Estado para usá-los como soldados bem pagos para defenderem seus interesses legais ou ilegais. Um exemplo atualíssimo, é o suborno aos conselheiros do CARF, que transformaram dívidas bilionárias das grandes empresas com o fisco em pequenas dívidas combinadas com o infrator. Estes representantes da burguesia estão em todo lugar, no congresso, na justiça, no executivo, no meio dos intelectuais. Eles aparecem toda vez que burguesia solicita para um trabalho contra a classe trabalhadora. Reafirmando, analisar a conjuntura fora da ótica da luta de classe é na verdade ajudar a burguesia jogar nas costas dos trabalhadores as crises cíclicas do capitalismo.
 O governo não toma uma atitude para virar a mesa, criando por exemplo uma taxação sobre as grandes fortunas, para pagar crise que a própria burguesia deixou acumular. Os aliados não cobram uma atitude conseqüente como proposta acima. A oposição não joga limpo dentro do campo democrático exigindo melhor saúde, melhor transporte, melhor investimento social, ao invés, trama o golpe. Não é melhor nós ir para ruas e apoiar as manifestações autenticas, que cobram mudanças radicais nesse modelo econômico injusto desagregador, imoral, inconseqüente?.


José Luiz R.Sertã

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