EDUCAÇÃO

Abrindo este Menu, destaco trecho do Livro do Marcos Bagno, 
"O Preconceito Linguístico".


"Existe um mito ingênuo de que a linguagem humana tem a finalidade de "comunicar", de " transmitir idéias" - mito que as modernas correntes da linguística, como a sociologia da linguagem e a análise do discurso, vêm tratando de demolir, provando que a linguagem é muitas vezes um poderoso instrumento de ocultação da verdade, de manipulação do outro, de controle, de intimidação, de opressão, de emudecimento. ao lado dele, também existe o mito de que a escrita tem o objetivo de "difundir idéias"....Como nos informa Leda Tfouni em seu livro "adultos não alfabetizados: o avesso do avesso", a escrita na Índia esteve profundamente ligada aos textos sagrados, aos quais só tinham acesso os sacerdotes, os iniciados", os que passavam por um longo processo de "preparação": no fundo, a garantia de que poderiam ler aqueles textos guardando-os em segredo. De fato, a célebre gramática de Panini (século V a.C.), que esmiuça toda a estrutura da língua sânscrita classica, tinha objetivo específico: permitir a leitura "correta" e a interpretação "exata" dos textos sagrados. Era portanto, a filologia a serviço da casta sacerdotal. Na china, o sistema ideográfico de escrita exerceu durante séculos a função de assegurar o poder aos burocratas e aos religiosos. Pesquisadores citados por Tfouni relatam que apesar de os chineses conhecerem a escrita alfabética desde o século II d.C. seus governantes se recusaram a aceitá-la até a época atual...."

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