Crise
Política ou Oportunismo?
07 de agosto
2015
O senso comum nos diz que, quem financia a
corrupção são os grandes empresários através do seu capital, na verdade, quem
detém o capital para que essas operações sejam executadas na sua integralidade
é o Estado brasileiro com suas verbas astronômicas. Em um artigo na revista
época “Capitalismo de Compadrio” está comprovado este fato com dados de investimentos
do BNDES em grandes empresas Privadas e Estatais envolvidas em corrupção. O
mais alarmante neste artigo está no fato de Estatais e Grandes Empresas Privadas
que muito bem poderiam captar financiamento às próprias custas, estarem na
lista de contemplados com dinheiro barato do Tesouro Nacional, Fundo de Amparo
ao trabalhador, etc. via BNDES, que bem poderiam ajudar com esse dinheiro pequenas
e médias empresas que poderiam estar gerando milhares e milhares de empregos,
na contramão das empresas financiadas pelo BNDES que pouco emprego gerou comparado
com volumoso capital de investimento. O Banco de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) sempre foi reconhecido como Banco Estatal financiador a serviço
do grande capital, isso desde a ditadura militar, em detrimento dos setores
pequenos e médios da economia e da sociedade, não menos estratégicos para o
país.
Esse conluio entre Capital e Estado, pune o
trabalhador duas vezes, quando o dinheiro dele é intencionalmente mal aplicado
e quando o dinheiro, fruto do seu trabalho, não gera empregos no mercado.
Em artigo do meu blog afirmei que é sempre o Estado
Brasileiro que tem dado cobertura as grandes empresas para sobreviverem as
crises cíclicas do capitalismo. Está na hora de ressuscitar Carl Marx “novamente”(ele
foi ressuscitado na crise mundial de 2008) , por que ele tem muito mais a dizer sobre essas crises
econômicas capitalistas.
Não é difícil fazer um levantamento dos setores
produtivos da economia que tempos atrás estavam em dificuldades e por falta de
apoio e planejamento estatal, simplesmente, foram dizimados por este tipo de
política econômica monetarista. Estes setores poderiam muito bem sustentarem
parte da economia mantendo empregos e estabilidade produtiva nesse momento de
crise mundial. A verdade seja dita, todos os envolvidos diretamente ou
indiretamente nesse processo, sejam políticos, administradores tem
responsabilidade sobre os desdobramentos desse tipo de política monetarista.
Enquanto políticos, grupos políticos, partidos,
aliados ou não ao governo, estiverem manobrando pontualmente com a crise
institucional e política, sem abdicarem dos seus interesses e apontar caminhos
democráticos e estáveis para o país, ficará constatado mais uma vez que esses
movimentos variáveis de instabilidade e estabilidade, é dirigido
intencionalmente para adequar estratégias para manterem no poder os mesmos
grupos de interesses burgueses na exploração das nossas riquezas.
O momento é exigir dos setores democráticos que
ainda resistem, exercer um papel cívico de manter a estabilidade e ao mesmo
tempo exigir mudanças estruturais na economia e na condução do governo através
de atos populares. A partir disso, privilegiar investimentos no setor produtivo
e na melhoria massa salarial criando uma dinâmica de consumo para o crescimento
do país. Não podemos ficar esperando os desdobramentos voluntários ou
involuntários dos conflitos e absorvermos passivamente novas regras ditadas por
aqueles que querem manter essa política conservadora e excludente, assegurando
a tranqüilidade daqueles que já lucram com a crise.
José Luiz Rodrigues
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